Ser delusional, ou “delulu”, é a nova onda do momento; entenda viral do TikTok - Psicólogo Mogi das Cruzes | Bruno Moraes
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Entenda a trend do "delulu", nova linha de pensamento que está dominando o TikTok Reprodução/ TikTok

Ser delusional, ou “delulu”, é a nova onda do momento; entenda viral do TikTok

Ato de se “desconectar” da realidade e fingir que é um personagem para conquistar o que quer vem se tornando um fenômeno entre a geração Z; psicóloga alerta para o movimento e ajuda a criar pensamentos positivos de forma saudável

 

“Querem saber o que me ajudou a sair do fundo do poço e alcançar a minha melhor versão em pouco menos de um ano?”, questiona a usuária Laryssa Alarcon em vídeo que acumula mais de 200 mil visualizações no TikTok. “Foi ter me tornado uma pessoa completamente delulu”, responde, a própria, em seguida. A influenciadora é uma, das milhares de pessoas que estão usando o aplicativo para falar sobre como ser “delusional” pode ser uma nova (e boa) forma de mentalizar a vida.

 

O termo “delulu” começou a ser popularizado no TikTok por usuários de fora do Brasil, mas chegou no país com força nos últimos dois meses. No total, a hashtag do termo conta com mais de 2,6 bilhões de visualizações no aplicativo até o momento e muitas influenciadoras estão falando sobre como a nova linha de pensamento está afetando positivamente suas vidas.

 

Mas será que ser “delulu” é uma forma saudável de alcançar seus propósitos?

 

O que é ser “delulu”

 

A palavra “Delulu” vem de “delusional”, que, por sua vez, significa “delirante”. Já o termo como uma mentalidade de vida, significa manifestar que somente coisas boas acontecem e irão acontecer na sua vida, assim como você irá alcançar tudo o que almejar. É como uma “lei da atração” – combinada com uma confiança extrema – dos seus sonhos e vontades.

 

De acordo com Laryssa Alarcon, ser “delulu” nada mais é do que fingir que sua vida é ótima e que você tem tudo o que quer como um meio de fazer isso acontecer de verdade. “É basicamente você ser uma pessoa alheia da realidade. É você criar uma ilusão na sua cabeça e viver como se só ela importasse”, explica ela no vídeo publicado em julho deste ano.

 

“Depois de ter assistido muitos vídeos no TikTok de meninas que tinham feito essa mudança na mentalidade delas, eu simplesmente acordei e cansei de sofrer pelos motivos que estava sofrendo. Aí decidi que seria como elas, completamente delulu”. Laryssa complementa dizendo que criou um personagem para si e passou a viver como se fosse protagonista de um filme.

 

Em vídeo de 900 mil visualizações, a influenciadora ainda afirma que depois de praticar a nova mentalidade de vida, alcançou muitos propósitos, como o corpo ideal, trabalho dos sonhos e amizades melhores. “É um exercício de autoestima, autoconfiança e até de otimismo. Você vai abandonar a ideia de que existem coisas boas e ruins na vida e que tudo o que acontece com você é ao seu favor”.

 

O novo modo de pensar defende que até as coisas ruins são apenas sinais de coisas boas que estão por vir. Se o relacionamento amoroso não deu certo, é porque o amor da sua vida ainda está chegando. Se você não conseguiu aquela vaga de emprego, é para dar espaço à oportunidades profissionais melhores.

 

Ser “delulu” é saudável?

 

Rosângela Casseano, psicóloga especializada em terapia cognitiva-comportamental, explica que o termo “delulu” pode ser substituído na psicologia pelos termos “co-criação”, “programação mental”, ou “visualização criativa”, e que tal hábito de mentalizar acontecimentos bons pode ser sim uma forma de pensamento saudável, desde que ela aconteça sem excessos e que venha acompanhada de ações.

 

“O foco é dar à pessoa a sensação de que ela pode sim ressignificar seus objetivos e transformar experiências negativas em possíveis futuros com aprendizados e conquistas”, explica a profissional. “Aprender a conhecer a si mesmo e suas competências de se adaptar e criar mecanismos de perceber, controlar e mudar padrões mentais negativos sempre favorecerá as pessoas em qualquer contexto”, completa.

 

De acordo com a psicóloga, o hábito trata-se de “ensinar uma pessoa a usar sua mente para compreender emoções, denominá-las, e em seguida domá-las, a fim de criar novos futuros com ações e pensamentos mais firmes e positivos”.

 

No entanto, não basta sonhar, tem que fazer acontecer.

 

“A prática pode prejudicar a saúde mental uma vez que a pessoa acredite que basta parar, pensar e esperar que as coisas só aconteçam, sem se esforçar. Não é só desejar ‘quero ser magro’, tem que idealizar um futuro onde se esteja dessa forma, mas a partir desse pensamento desenvolver caminhos para chegar a essa meta. Só repetir frases, criar cartazes e rezar para que isso aconteça pode ajudar, mas a mudança está na ação”, aconselha Rosângela.

 

O termo também pode ser associado como uma forma de se proteger de uma mentalidade excessivamente crítica.

 

“Todo mecanismo que ofereça serenidade à mente e desenvolva uma maior capacidade de se aceitar, se modificar e ter paciência para os resultados chegarem sempre é benéfico”, explica a profissional. “O grande equivoco é achar que conseguirá fazer isso só mentalizando”, complementa.

 

Sendo um “delulu” com moderação

 

Rosângela enfatiza que “ser alheio” à realidade, no entanto, para fazer tudo isso acontecer, não é um bom caminho. “Tudo em excesso pode virar patologia. Os exageros e as fantasias não devem se misturar a objetivos alcançáveis”.

 

Por fim, você pode aprender a desenvolver autoconfiança e positividade de algumas outras formas. “O primeiro passo sempre será o autoconhecimento. Praticar atividades de meditação ou mindfullnes para ter mais autocontrole das emoções e dos pensamentos, ter mais autocuidado fazendo boas práticas para o bem estar, como melhorar a alimentação e a atividade física, são boas formas de se chegar lá”, ressalta a psicóloga.

 

“Um corpo são beneficiará uma mente sã”, finaliza.

 

Fonte: CNN

 

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Dr. Bruno Moraes

O psicólogo Bruno Moraes atua a mais de 7 anos no atendimento presencial e online de crianças, jovens e adultos. Trabalha com abordagem TCC, ou Cognitivo Comportamental e é pós-graduado em Neuropsicologia pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).

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