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Ficar “sem máscara” pode agravar a fobia social
Quem diria, hein?
Quando o novo coronavírus começou a se alastrar pelo mundo e nós tivemos de nos submeter aos protocolos de segurança, tínhamos certeza de que nunca nos habituaríamos às novas rotinas. Máscara, distanciamento social, banhos de álcool em gel… Agora, nos países onde a vacinação avança, os especialistas alertam para um possível aumento no número de pacientes vítimas de ansiedade social.
Sim, muitos de nós podem ter desaprendido a viver sem os cuidados anti-covid-19. Sobretudo, fora de casa. Em público.
A retomada do convívio social, diz David Moscovitch, professor de psicologia da Universidade de Waterloo, no Canadá, em entrevista à CNBC, pode fazer com que as pessoas se sintam deslocadas. “Você pode sentir que suas habilidades sociais estão enferrujadas ou sentir vergonha de aparecer sem máscara”, afirma ele.
No artigo Research suggests mask wearing can increase struggles with social anxiety, publicado na plataforma científica EurekAlert!, David explica: “Também é possível que muitas pessoas que não lutavam contra a ansiedade social antes da pandemia se sintam mais ansiosas do que o normal, à medida que saimos da pandemia para um futuro mais incerto e as novas regras sociais ainda não foram escritas”.
A ansiedade (ou fobia) social se caracteriza por uma autopercepção negativa. O paciente tem um medo excessivo de que sua aparência ou comportamento não se adequam às expectativas e normas sociais. Em maior ou menor grau, o transtono atinge 13% da população. Segundo alguns autores, pode chegar a quase 20%.
Para quem sofre com o problema, a máscara, lembra David, funcionou como um “cobertor de segurança”, que alivia algumas das pressões sociais. “A ansiedade é agravada pelo fato de que vivemos em um período de distanciamento forçado –nada natural”, completa o psicólogo.
David, no entanto, alerta: “Evitar as situações que nos deixam ansiosos, pode ser um alívio no curto prazo. Mas isso só nos levará a mais ansiedade no longo prazo”. Embora possa ser desconfortável no início, sugere o especialista, é importante que as pessoas se esforcem para enfrentar situações sociais tanto quanto possível, em vez de evitá-las.
O psicólogo sugere que quem estiver passando por esse problema retome, aos poucos, o dia a dia com os amigos e colegas de trabalho. “Você perceberá que vai ficara mais e mais fácil”, garante. “À medida que você se esforça para se sentir mais conectado com as pessoas, elas também se sentirão mais conectadas com você.” Dá-lhe coragem para enfrentar o “novo normal”.
Fonte: Época
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