Racismo Institucional: Juntos podemos mudar essa realidade. - Psicólogo Mogi das Cruzes | Bruno Moraes
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Racismo Institucional Juntos podemos mudar essa realidade.

Racismo Institucional: Juntos podemos mudar essa realidade.

O racismo, em suas diversas formas, desde o explícito e direto até o velado e estrutural, permeia a sociedade brasileira desde os primórdios da colonização. O legado da escravidão negra, que durou mais de 300 anos, e a perpetuação de estereótipos e preconceitos ao longo dos séculos resultaram em um sistema de opressão velado, conhecido como racismo institucional. Esse sistema se manifesta nas estruturas e práticas de instituições públicas e privadas, muitas vezes de forma sutil e não intencional, mas com impactos profundos na vida da população negra e indígena.


Compreendendo as Manifestações do Racismo Institucional


Negação da Igualdade

 

Um dos pilares do racismo institucional é a negação da igualdade racial, que se traduz na perpetuação de estereótipos e preconceitos que colocam negros e indígenas em situação de desvantagem. A ideia de que negros são menos inteligentes, menos capazes ou mais propensos à criminalidade, por exemplo, é um mito que serve para justificar a desigualdade e a discriminação.


Desigualdade de Oportunidades

 

Essa negação da igualdade se traduz em disparidades gritantes no acesso à educação, saúde, justiça, emprego, moradia e outros serviços básicos. A população negra e indígena, por exemplo, ainda tem menor expectativa de vida, menor renda média, menor escolaridade e maior taxa de desemprego do que a população branca.


Falta de Representatividade

 

A sub-representação de negros e indígenas em cargos de liderança e decisão nas diversas esferas da sociedade é outro indicador do racismo institucional. Nas empresas, nos órgãos públicos, nas universidades e na mídia, a presença de negros e indígenas ainda é ínfima, o que limita suas oportunidades e reforça a sensação de exclusão.


Violência Racial

 

A violência física, psicológica e institucional direcionada à população negra e indígena é uma das faces mais cruéis do racismo. A brutalidade policial, o encarceramento em massa, a falta de acesso à justiça e a invisibilidade das vítimas de violência são apenas alguns exemplos dessa violência estrutural.


Exemplificando o Racismo Institucional em Diferentes Contextos


No Mercado de Trabalho

 

No mercado de trabalho, o racismo institucional se manifesta de diversas formas, como:


  • Diferenças salariais entre negros e brancos para o mesmo cargo, mesmo com o mesmo nível de qualificação.
  • Dificuldade de acesso a cargos de liderança por parte de negros e indígenas, mesmo com as mesmas competências e experiências.
  • Práticas discriminatórias em processos seletivos, como a exigência de características físicas que são mais comuns em pessoas brancas.

 

No Sistema de Justiça

 

O sistema de justiça brasileiro também é marcado pelo racismo institucional, como evidenciado por:


  • Encarceramento em massa da população negra, com taxas de aprisionamento muito superiores às de brancos, mesmo por delitos de menor potencial ofensivo.
  • Violência policial direcionada a jovens negros, com casos frequentes de abuso de autoridade e brutalidade.
  • Dificuldade de acesso à justiça por parte da população negra, devido à falta de representatividade e à desconfiança nas instituições.

 

Na Educação

 

Na educação, o racismo institucional se manifesta por meio de:


  • Evasão escolar de alunos negros e indígenas em taxas maiores que a de brancos, principalmente no ensino superior.
  • Falta de representatividade de professores negros e indígenas nas escolas, o que limita a identificação dos alunos com seus modelos de ensino.
  • Currículos escolares que não contemplam a história e a cultura afro-brasileira e indígena de forma adequada, perpetuando uma visão eurocêntrica do mundo.

 

Na Saúde

 

A saúde também é uma área onde o racismo institucional se faz presente, como demonstrado por:


  • Desigualdade no acesso à saúde de qualidade para a população negra e indígena, com taxas de mortalidade infantil e materna mais altas que a de brancos.
  • Falta de profissionais de saúde negros e indígenas, o que limita o acesso da população negra a um atendimento mais humanizado e próximo de sua realidade.
  • Dificuldade de acesso a tratamentos de saúde específicos para doenças que afetam mais a população negra, como a anemia falciforme.

Enfrentando o Racismo Institucional: Um Desafio Coletivo


O combate ao racismo institucional exige um esforço conjunto da sociedade civil, do Estado e das instituições. É fundamental que todos se engajem nesse processo de transformação, reconhecendo a gravidade do problema e a necessidade de mudança.


Algumas medidas que podem ser tomadas para combater o racismo institucional


1. Implementação de Políticas Públicas


  • Criação de leis e programas específicos para promover a igualdade racial em todas as áreas da sociedade.
  • Ações afirmativas que garantam a inclusão de negros e indígenas em cargos de liderança e decisão nas instituições públicas e privadas.
  • Investimento em educação e saúde para a população negra e indígena, visando reduzir as desigualdades existentes.

 

2. Mudanças nas Instituições


  • Adoção de políticas de diversidade e inclusão nas empresas, universidades e órgãos públicos.
  • Treinamento para funcionários e servidores públicos sobre o racismo institucional e como combatê-lo.
  • Revisão de currículos escolares e materiais didáticos para que incluam a história e a cultura afro-brasileira e indígena de forma adequada.

 

3. Engajamento da Sociedade Civil


  • Mobilização da sociedade civil para pressionar o Estado e as instituições a tomarem medidas para combater o racismo institucional.
  • Participação em movimentos sociais que lutam pela igualdade racial.
  • Denúncias de casos de racismo institucional para as autoridades competentes.

 

4. Educação Antirracista


  • Promoção da educação antirracista em todos os níveis de ensino, desde a educação infantil até o ensino superior.
  • Criação de materiais didáticos que abordem a temática do racismo de forma crítica e reflexiva.
  • Capacitação de professores para que trabalhem com a temática do racismo em sala de aula.

 

5. Pesquisa e Ação

 

  • Investimento em pesquisas sobre o racismo institucional, para melhor compreender suas causas e efeitos.
  • Desenvolvimento de ações e programas para combater o racismo institucional, com base em evidências científicas.
  • Monitoramento e avaliação das políticas públicas e ações de combate ao racismo institucional.

 

Conclusão


O racismo institucional é um problema complexo e enraizado na sociedade brasileira, mas que pode ser combatido com o engajamento de todos os setores da sociedade. Através da implementação de políticas públicas, mudanças nas instituições, engajamento da sociedade civil, educação antirracista, pesquisa e ação, é possível construir uma sociedade mais justa e igualitária para todos.


Lembre-se


  • O combate ao racismo institucional é um processo contínuo que exige compromisso e persistência.
  • Todos podem contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, combatendo o racismo em suas diferentes formas.
  • O futuro da nação brasileira depende do nosso compromisso com a igualdade racial.

 

 

Junte-se a movimentos sociais que lutam pela igualdade racial.

Denuncie casos de racismo institucional para as autoridades competentes.

Exija que as empresas, universidades e órgãos públicos adotem políticas de diversidade e inclusão.

Eduque-se e conscientize-se sobre o racismo institucional.

Participe da construção de uma sociedade mais justa e igualitária para todos.

 


Referências Bibliográficas

 

1. BRASIL. Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010. Institui a Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 21 jul. 2010.

2. COALIZÃO NEGRA POR DIREITOS. Quem Somos. [S.l.], [s.d.].

3. OBSERVATÓRIO DA IGUALDADE RACIAL. O que é Racismo Institucional. [S.l.], [s.d.].

4. SILVA, Daniel Aarão Reis da. Racismo Estrutural. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Letramento, 2019.

5. SOUZA, Jessé. O Racismo Institucional no Brasil. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2003.

6. TAVARES, Flávio Gomes. Racismo Institucional: Uma Abordagem Crítica. 1. ed. São Paulo: Editora Malheiros Editores, 2017.

7. UNESCO. Combate ao Racismo e à Discriminação Racial. [S.l.], [s.d.].


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Dr. Bruno Moraes

O psicólogo Bruno Moraes atua a mais de 7 anos no atendimento presencial e online de crianças, jovens e adultos. Trabalha com abordagem TCC, ou Cognitivo Comportamental e é pós-graduado em Neuropsicologia pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).

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