O transtorno de déficit de atenção/ hiperatividade é a forma atual de nomear um transtorno específico, com base orgânica/ neurológica, que se manifesta tanto em crianças quanto em adultos e tem como características determinantes um desvio de padrão em relação aos demais indivíduos, essencialmente apresentados por sintomas de desatenção/ hiperatividade e impulsividade ocasionando danos em diversos contextos de sua vida diária (RUSSEL A. BARKLEY; KEVIN R. MURPHY;2008).
Após vários estudos o DSM – IV (1994) revela a mais nova denominação como transtorno de déficit de atenção/ hiperatividade. Essa classificação reúne sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade e distingue três subtipos para fins de diagnóstico: o predominante desatento, o predominante hiperativo/ impulsivo e o tipo combinado que tem características dos dois anteriores.
A persistência e permanência dos sintomas e manifestações seguem caminhos diferentes no processo de desenvolvimento da criança. Com a adolescência a hiperatividade pode ser diminuída diferenciando-se de forma discreta dos demais jovens que não apresentam transtorno. Há uma correlação entre TDAH e dificuldade de aprendizagem, essa combinação é bastante frequente, nestes casos, porém, não segue nenhuma regra determinada. O comportamento do indivíduo afeta de forma significativa sua integração ao meio por serem percebidos e apontados como inadequados e inconvenientes para determinados ambientes. Em muitos casos existe forte histórico familiar do transtorno, na maioria das ocorrências o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, principalmente o sintoma de desatenção que não diminui com o desenvolvimento neurológico. Um grupo significativo de pessoas com TDAH não são identificados ou possuem um diagnóstico incorreto fazendo com que os sintomas se intensifiquem causando situações muito difíceis no confronto da vida normal.
“Segundo, Wajnsztijn (2005), é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados, cerca de 20 a 25% das crianças e adolescentes em idade escolar apresentam agitação psicomotora e problemas de déficit de atenção, dificuldades com regras e limites determinando condutas inadequadas se comparado a indivíduos com o mesmo grau de desenvolvimento.”
“Segundo, Mattos (2008), nos casos de TDAH cerca de 70% entre crianças, adolescentes e adultos apresentam outros tipos associados ao transtorno destacando-se a ansiedade, depressão e abuso de álcool e drogas. é de grande interesse não só da sociedade como pesquisadores, médicos, psicólogos e educadores o conhecimento da patologia devido aos danos causados na vida do portador para diagnóstico e tratamento eficazes.”
Critérios de desatenção
Em situações sociais, a desatenção manifesta-se por frequentes mudanças de assunto falta de atenção ao que os outros dizem, distração durante as conversas e falta de atenção a detalhes, atividades e regras. Conforme o DSM-IV-TR (2002), o portador deste transtorno:
- Frequentemente realiza seu trabalho de forma confusa e inadequada, também possui dificuldade de manter a atenção em tarefas que consideram difícil impedindo seu termino.
- Frequentemente demonstram estar com a atenção voltada para outro foco e de não escutar o que lhe é dito.
- São facilmente distraídos por estímulos irrelevantes e frequentemente interrompem tarefas em andamento por dar atenção a ruídos ou eventos irrelevantes que em geral são facilmente ignorados ou passam despercebidos por outros.
- Passam frequentemente por mudanças de uma tarefa inacabada para outra. Os indivíduos diagnosticados com este transtorno podem iniciar uma tarefa, passar para outra, depois voltar à atenção para outra coisa sem completarem qualquer uma.
- O fracasso para completar tarefas deve ser considerado, quando feito o diagnóstico, apenas se ele for devido à desatenção, ao invés de outras possíveis razões. Esses indivíduos com frequência têm dificuldade para organizar tarefas e atividades.
- Esquece-se de coisas nas atividades cotidianas (por ex., faltam a compromissos marcados, esquecer de levar material, lanche para o trabalho ou a escola).
Critérios de hiperatividade/ impulsividade
Na hiperatividade segundo o DSM-VI-TR (2002), ocorre variação de acordo com a idade e nível de desenvolvimento do indivíduo, devendo o diagnóstico ser feito com cautela em crianças pequenas. Em bebês e pré-escolares são constantemente irrequietos e envolvidos com tudo à sua volta. As crianças em idade escolar exibem comportamentos similares, mas em geral com menor frequência ou intensidade do que bebês e pré-escolares. Em adolescentes e adultos, os sintomas de hiperatividade assumem a forma de sensações de inquietação e dificuldade para envolver-se em atividades tranquilas e sedentárias.
- Não permanecer sentado quando deveria.
- A hiperatividade pode manifestar-se por inquietação ou remexer-se na cadeira.
- Por correr ou subir excessivamente em coisas quando isto é inapropriado.
- Por dificuldade em brincar ou ficar em silêncio em atividades de lazer.
- Por frequentemente parecer estar “a todo vapor” ou “cheio de gás”.
Na impulsividade, pode-se observar uma manifestação de impaciência, dificuldade para protelar resposta, responder perguntas antes de a mesma ter sido formulado, não ter paciência de aguardar a vez, interromper com frequência em assuntos que não lhe diz respeito, causando dificuldades no âmbito familiar, social, profissional, escolar.
As dificuldades de se expressar adequadamente, também se fazem presente, fazendo com que indivíduos com esses transtornos, frequentemente interrompem os outros, mexem em objetos que não deveriam tocar e fazem brincadeiras fora de hora. Acidentes também são frequentes como por ex; se esbarrar outras pessoas, derrubar objetos e até mesmo se queimar por segurar panela quente por falta de atenção. Além disso, podem se envolver em atividades perigosos se for levado em conta, possíveis consequências.
“Para o portador de TDAH, é extremamente difícil se envolver em atividades monótonas ou que exigem atenção ou esforço mental constante. Alguns exemplos disso, é manter um diálogo prolongado que fala de assunto que não lhe chama a atenção e trabalhar em atividades monótonas e repetitivas.”
Quando o indivíduo está em algum contexto novo ou em atividades que lhe agradam, os sintomas podem ser diminuídos. O clinico, deve indagar o sujeito cerca de seu comportamento em várias situações e contextos.
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